“O arquiteto é capacitado para atender qualquer camada social. Não pode haver distinção”, disse a presidente do CAU/SE
06/09/2018 |
Uma rica discussão sobre empreendedorismo social, arquitetura e assistência técnica habitacional. Esta foi a proposta do Seminário de Empreendedorismo Social, com o tema: Como Empreender em Ações de Assistência Técnica Habitacional de Interesse Social (ATHIS), promovido pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Sergipe (CAU/SE), durante toda a sexta-feira, (31), no Del Mar Hotel, em Aracaju.
Profissionais da área de assistência social, economia e arquitetura e urbanismo conduziram o assunto de maneira interdisciplinar, com demonstração de cases de ações em ATHIS, baseados na Lei Federal da Assistência Técnica Gratuita (11.888/2008) no Brasil e em Sergipe.
“É preciso pensar na assistência técnica como ação de empreendedorismo social em multidisciplinaridade e não na visão capitalista. É possível ligar o empreendedorismo à economia solidária, desenvolvimento local, de planejamento urbano solidário em que o arquiteto, enquanto profissional, cumpra o nosso papel de servir arquitetura para todos. O arquiteto é capacitado para atender qualquer camada social. Não pode haver distinção. Arquitetura é qualidade de vida e é um direito de todos”, exclamou a presidente do CAU/SE, Ana Maria Farias.
Abrindo o ciclo de palestras, com o tema “Mobilização Social para Cidades Democráticas”, a assistente social da Prefeitura do Município de Curitiba (PR), Paula Tavares Araripe abordou sobre o empreendedorismo solidário.
“Vamos enxergar a realidade e pensar na superação dos problemas sociais nas cidades. Pensemos nessa disparidade de estrutura e de que maneira com o nosso fazer profissional e social, podemos desenvolver novas práticas, empreender com outras perspectivas para a realidade social gritante, pela qual passamos. E a arquitetura se insere nesse contexto do atuar na melhoria das cidades. Assim podemos promover um estado democrático de direito”, avaliou Paula.
De acordo com a arquiteta e urbanista Manuela Pacheco Resende, no mercado de trabalho há 10 anos, nunca viu uma iniciativa deste porte no estado e Empreendedorismo Social é uma área que ainda tem muito campo para ser explorado.
“Não temos uma tradição em Sergipe de praticar arquitetura social. Trabalho em uma prefeitura pequena, onde as necessidades sociais ficam mais evidentes porque estamos perto da comunidade. Inclusive a população nos procura porque não tem uma assistência técnica disponível para solucionar problemas pequenos dentro das residências, ou até mesmo na cidade. Existe uma carência gritante. Vemos no nosso dia a dia as necessidades sociais e como a arquitetura pode amenizá-la. Trazer esse tema como reflexão para os arquitetos e mostrar que é um nicho de mercado ainda não explorado é extremamente necessário”.
A segunda palestra da manhã, foi ministrada pelo economista Rodrigo Rocha, que com o tema “Empreendedorismo Social”, alertou que vivemos em tempos complexos, incertos e com o modo de pensar desatualizado.
“Para isso, as pessoas e as empresas precisam criar a capacidade de se adaptar na rápida velocidade das mudanças. Busquem novas possibilidades, novos caminhos. Empreendedorismo não é só o que você faz, mas como você faz. Empreender é ter comportamento inovador, empregar práticas estratégicas para realizar algo. E a inovação social é ter soluções para os principais problemas sociais com verdadeiro potencial para mudar padrões na sociedade”, finalizou o economista.
Fotos: Tíffany Tavares
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