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04/04/2016ㅤ Publicado às 08:19

Este artigo foi publicado na Revista Arte Ambiente em Abril de 2016

Por Ana Maria de Souza Martins Farias*
A locomoção e o deslocamento de um lugar ao outro é uma necessidade humana. No início esse movimento era realizado em conjunto ou individualmente. Com o tempo, essa locomoção passou a ser com o auxílio de animais e muito mais tarde,  com carros a tração animal, para os deslocamentos terrestres, e com artefatos aquáticos para locomoção nos rios e mares.
À medida que ocorria a necessidade de alcançar maiores distância, novos artefatos para locomoção foram sendo criados. No decorrer do tempo, as cidades foram se consolidando como local de permanência humana e a partir do século XX a vida nas cidades, ou seja, a vida urbana passou a ser predominante.
A vida urbana é aquela que ocorre no espaço urbano e é nesse espaço que a mobilidade é necessária, uma vez que se deslocar seja uma necessidade de todos os habitantes de uma cidade, e estas têm que ter infraestrutura e meios de garantir a movimentação das pessoas, com transportes públicos eficientes que garantam à população possibilidades de ir e vir com rapidez e condições de conforto.
A mobilidade urbana é um grande problema nas cidades contemporâneas e no Brasil e em Aracaju não é diferente. Na atualidade com a periferização, modelo de urbanização adotado no Brasil, os problemas de mobilidade urbana são diversos. Tanto pelas grandes distâncias a serem vencidas para chegar às áreas centrais das cidades, quanto pela quantidade de horas perdidas nos deslocamentos.
Além do tempo gasto nestas distâncias percorridas é importante ressaltar a falta de sustentabilidade das políticas públicas de transportes, causadas pela ineficiência dos transportes públicos e pela falta de diversidade nos modais.
Ao longo do século XX, o Brasil teve como base a locomoção pelo transporte rodoviário, pautada principalmente no automóvel. No decorrer do tempo, este sistema de transporte no perímetro urbano levou a paralisia do trânsito e a inviabilidade da qualidade de vida da população com o desperdício de tempo e de combustível e somando-se a estes problemas, os graves efeitos da poluição ambiental.
O caminho para se superar os graves problemas da mobilidade urbana e pensá-la como sustentável é propor soluções que utilizem os transportes coletivos articulados em diversos modais, por via terrestre ou por via aquática integrados.
Segundo o Portal Mobilize Brasil, a mobilidade urbana sustentável envolve um sistema integrado entre transportes coletivos, como ônibus e ciclovias, transportes sobre trilhos (trens e  VLTs) e uso de soluções inovadoras, como o teleférico de Medelin, ou mesmo transporte aquático integrado com outros modais terrestres.
Ao se pensar em mobilidade urbana é importante também considerar que faz parte dela a acessibilidade na cidade, como calçadas niveladas, sem buracos e sem barreiras, onde a rua volte a ser valorizada como lugar de circulação e espaço público de qualidade, e não um lugar de desgaste diário, de perda de tempo e energia.

*Ana Maria de Souza Martins Farias é arquiteta, professora do curso de arquitetura e urbanismo da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e presidente do CAU/SE. Registro do CAU/SE – A79114-8

 

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