“Creio que na arquitetura, uma solução de ensino seja o hibrido”, avalia o professor Alexandre Chagas
27/08/2018 |
“Creio que na arquitetura, uma solução de ensino seja o hibrido”, avalia o professor Alexandre Chagas
Ainda no primeiro dia do Seminário Nacional de Ensino e Formação em Arquitetura e Urbanismo (AU), na programação sobre as discussões sobre as diretrizes curriculares nacionais (DCN), foi dado destaque ainda, ao Ensino à Distância.
Uma das palestras trouxe uma visão acadêmica sobre modelos de ensinos. O publicitário e professor Alexandre Chagas, afirmou que não existem metodologias exatas de ensino. “Venho de uma área que o professor não é preparado para lecionar e sim para atuar em nossas áreas. Aprendemos a ensinar apanhando”.
Chagas contou que está sendo estudado um modelo de ensino que permeia por entre o ensino presencial e o EAD, denominado Brand Learning, o ensino hibrido. “Brand Learnind é mesclar o que existe de melhor nos dois tipos de ensino, presencial e EAD. É preciso entender que nem tudo dá para ser 100% a distância. Creio que na arquitetura e urbanismo, uma possível solução, seria propor o modelo híbrido”, considerou.
Há quem ainda seja contra o ensino não presencial. O arquiteto e urbanista Luciano Vasconcelos se declara preocupado com ensino a distância (EAD) em
Arquitetura e Urbanismo, enquanto professor. “Vemos que a tecnologia vem auxiliando e muito alguns processos de nossa formação, mas creio que também traga alguns pontos negativos para o ensino: o distanciamento da experiência de sala de aula, das discussões, da vivência dos espaços e da prática da profissão. Isso é preocupante!”.
O acadêmico do 9º período de arquitetura e urbanismo da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Wesley Rodrigues de Aquino, relatou a importância do ensino presencial e da estrutura física adequada das Instituições de Ensino Superior (IES) de AU.
“Eu particularmente sinto muita falta das aulas práticas, por exemplo, a gente praticamente não tem quase nenhuma, não temos estrutura adequada. A universidade não é uma extensão do ensino médio e sim, uma preparação para o mercado de trabalho”, exclamou Aquino.
Outra ressalva feita pelo acadêmico é acessibilidade. “O campus do município de Laranjeiras, onde fica o curso de arquitetura da UFS, não oferece acessibilidade adequada. Um cadeirante por exemplo, tem dificuldades em estudar pela falta de estrutura. E o estudante que lê em braile, como fica? Como vou planejar, projetar, se a minha instituição de ensino não disponibiliza acessibilidade a todos? É preciso pensar na qualidade do ensino aos discentes, na infraestrutura e nas práticas curriculares. Sinceramente confesso que não vejo com bons olhos o EAD. Não tem como você trocar o contato diário na construção acadêmica”, contestou o acadêmico Wesley de Aquino.
Com o tema “Conhecer o Ofício, o conselheiro federal do CAU/BR pela Paraíba, Hélio Costa Lima, afirmou que é preciso saber que tipo de conhecimento precisamos dominar, conhecer as linhas de estudo. “Entender que atribuições geram DCN’s, e que estas geram atribuições, pensar na interdisciplinaridade, aceitar novas tecnologias, a exemplo do Building Information Modeling (BIM) ou Modelagem de Informação da Construção), sistema que compatibiliza os projetos em tempo real. Precisamos de diretrizes que permitam identificar a nossa força profissional”, finalizou.
Leia outras matérias sobre o Seminário Nacional de Ensino e Formação em Arquitetura e Urbanismo, realizado nos dias 09 e 10 de agosto, em Aracaju.
Carta-aberta é resultado de discussão sobre Ensino e Formação em arquitetura em Aracaju