“É necessário incluir a legislação dos Bombeiros nas ementas dos cursos de Arquitetura e Urbanismo”, alerta a presidente do CAU/SE
10/06/2019 |
Profissionais e acadêmicos de arquitetura e urbanismo participaram do Minicurso de Segurança contra Incêndio e Pânico do Corpo de Bombeiros Militar de Sergipe para Arquitetos Urbanistas, realizado com sucesso pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Sergipe (CAU/SE), nos dias 29 e 30 de maio, no Del Mar Hotel em Aracaju.
Dois dias de programação intensos, com objetivo de oferecer conhecimento atualizado sobre a legislação e normas, além da utilização adequada das Instruções Técnicas (IT) do corpo de bombeiros sergipano.
No primeiro dia, em sua palestra, o capitão do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Sergipe (CBM/SE), Filipe Santos Oliveira lembrou da pouca ênfase que se dá às exigências de segurança contra incêndio. “É uma problemática não apenas em Sergipe, mas também em todo o Brasil. Essa iniciativa do CAU/SE em realizar esse minicurso para os arquitetos e estudantes, é de suma importância para o avanço da segurança e melhoria das edificações aqui no estado”, afirmou.
A presidente do CAU/SE, Ana Maria Farias alertou sobre a necessidade de incluir disciplinas de legislação e instruções técnicas (IT) do corpo de bombeiros nas ementas dos cursos de arquitetura e urbanismo nas universidades. “É fundamental o arquiteto urbanista ter conhecimento e utilizar as IT necessárias para projetar e adaptar as edificações de acordo com as normas de prevenção de combate a incêndio. Diante de tantas tragédias nas cidades, é preciso prevenir e proporcionar mais segurança à sociedade”, argumentou.
A visão do arquiteto urbanista Franscislan Amorim reforça o ponto de vista da presidente do CAU/SE, já que também considera que o assunto não é abordado na grade curricular das universidades. “Acho uma temática fundamental como disciplina, já que nós arquitetos podemos elaborar projetos de incêndio. É uma atividade profissional da arquitetura e urbanismo, com um vasto conjunto de normas obrigatórias em nossa profissão”.
Já no segundo dia da programação, o tenente coronel Márcio José dos Santos afirmou que os arquitetos urbanistas são os atores principais que projetam a segurança contra incêndio nas edificações. “São estes profissionais que vão aplicar em seus projetos, as medidas de segurança incorporadas à edificação, a exemplo de saídas de emergências, largura de corredores, tipos de escadas em edificações como de escolas, academias, universidades, casas de shows. Vale ressaltar que após a edição da Lei Boate Kiss Nº 13.425, os programas de ensino voltados para a segurança contra incêndio, tornaram-se obrigatórios”, disse.
Márcio Santos acrescentou ainda que em alguns casos, a falta de domínio das instruções técnicas pelos profissionais de arquitetura e urbanismo, acaba atrasando a análise de projetos. “O que observamos é que muitas deficiências encontradas na técnica do projeto, relacionadas às medidas de segurança, pelo fato de não terem visto na sua formação e acaba, como consequência, trazendo lentidão, tanto para quem analisa, como também para quem projeta”, finalizou.
Ao final da palestra foi aberto espaço para dúvidas e questionamentos. Participaram também do minicurso, os conselheiros estaduais do CAU/SE, Hugo Lobão, Daniel Vieira, Renata Dantas, o coordenador da Comissão de Exercício Profissional (CExP), Bruno Barreto e a presidente do conselho, Ana Maria Farias.