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31/07/2024ㅤ Publicado às 18:19

*Artigo escrito por Ana Maria Farias, ex-presidente  do CAU/SE

 

No dia 25 de julho comemoramos o dia Internacional de mulheres negras, latino-americanas e afro-caribenhas, contudo, ainda temos muito que caminhar para encontrar equidade e reconhecimento na sociedade e no mercado de trabalho.

Nós mulheres, independente da profissão enfrentamos dificuldades, porém quando se trata de mulheres negras, os obstáculos são maiores e quando discutimos a presença de arquitetas negras existentes no Brasil, ocorre maiores dificuldades ainda. É como se arquitetas e urbanistas negras fossem invisíveis.

A invisibilidade ocorre com as mulheres considerando os diversos preconceitos e discriminações, ainda existentes na sociedade e tem mais força em relação a mulheres pretas e pardas, atingindo também mulheres indígenas, pois praticamente não ouvimos falar de arquitetas e urbanistas de origem indígena, porém pela pesquisa do CAU/BR de 2022, existem apenas duas mulheres.

A Profª. Drª. Ruth Verde Zein, publicou na revista do Docomomo/Brasil, de dezembro de 2022, a necessidade de pesquisas que abordem o tema de raça e gênero na arquitetura e urbanismo para trazer a luz a perspectiva de grupos socialmente considerados minoritário.

A arquiteta e urbanista Ruth Verde Zein, na mesma pesquisa também comentou sobre a, questão da invisibilidade feminina e negra na construção de narrativas sobre a arquitetura e urbanismo do período moderno no Brasil o que justifica o apagamento da presença de mulheres negras na história arquitetura brasileira na nossa realidade.

Todas essas reflexões sobre a presença de mulheres negras no cenário nacional é o resultado comprovado e comentado pela escritora Djamila Ribeiro:

“o apagamento da produção negra é evidente, excedem as constatações que foi possível realizar, de maneira sistemática, nas nossas pesquisas. É raro que as bibliografias dos cursos indiquem mulheres ou pessoas negras; mais raro ainda é que indiquem a produção de mulheres negras, cuja presença no debate universitário e intelectual é extremamente apagada” (Ribeiro, 2019 apud Zein, 2022)

É importante entender a necessidade de nós, arquitetas e urbanistas nas pesquisas incluirmos estudos referente a historiografia da passagem de mulheres negras na produção da arquitetura, do urbanismo e do paisagismo brasileiro, como um sinal de resistência e luta contra a discriminação de gênero e raça, como forma de combater as desigualdades históricas, que seguem no e se renovam cotidianamente.

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