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25/08/2022ㅤ Publicado às 18:13

Diver(c)idade que habita em nós, apresenta: Projeto sobre os locais construídos para acolhimento e suporte às mulheres vítimas da violência.

 

Por: Regina Setton | Arquiteta, urbanista e engenharia civil

Ao decidir o tema para abordar no meu trabalho final de graduação em arquitetura e urbanismo, optei por enveredar na temática relacionada à violência contra a mulher, mais especificamente no estudo técnico sobre os locais construídos para acolhimento e suporte às vítimas pela rede de enfrentamento. Durante o processo de pesquisa, deparei-me com uma situação de pulverização das unidades de atendimento, o que acarreta em uma dificuldade em procura pelas mulheres violentadas e/ou uma desistência pela busca por auxílio motivada pela violência secundária e institucional (repetição do trauma a cada parada para atendimento e ausência de preparo técnico para acolhimento devido às vítimas pelas instituições).

Para a minha surpresa, descobri que, durante o governo da Presidenta Dilma Rousseff, foi lançado o programa Mulher, viver sem violência, no qual houve a elaboração de projetos padrões de arquitetura e complementares para a implantação da Casa da Mulher Brasileira – instituição pública destinada à centralização dos serviços para apoio e atendimento à mulher em situação de violência.

Deste modo, o objetivo do TCC desenvolvido por mim sob orientação do prof. Leonardo Maia foi a análise crítica e técnica do padrão arquitetônico projetado e, com base em demais estudos e em uma adaptação do programa de necessidades à realidade de Sergipe, a concepção de um anteprojeto arquitetônico para a casa de acolhimento à mulher vítima de violência em Sergipe.

Como dados de realidade, adotamos o mesmo terreno preliminarmente destinado a este fim no Estado, uma vez que houve um processo licitatório que não vingou à época do certame.

Como fruto deste trabalho, houve a premiação pelo CAU-SE como um dos três melhores TCCs do ano de 2018 e um artigo sobre a crítica ao projeto arquitetônico padrão para a Casa da Mulher Brasileira publicado nos anais do SBQP-2021 e também premiado como um dos melhores artigos apresentados em sua categoria.

Atualmente, busco abranger os estudos sobre a temática da violência contra o corpo feminino dentro do espaço arquitetônico prisional, no Estado de Sergipe, pois entendo que a mulher não perde os seus direitos, apesar da sua condição social e legal.

Por trás de todo espaço institucional, ainda que tenda a ser invisibilizado e/ou projetado como instrumento de e para punição, há um projeto arquitetônico e a discussão sobre a garantia de direitos da mulher e a necessidade de preservá-la contra a violência sexual, psicológica, patrimonial, moral e institucional deve ser objetivo direto dos profissionais de arquitetura e demais envolvidos no processo de co-criação dos espaços habitados.

 

Abaixo, imagens do trabalho

 

 

Relato da autora:

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