Visita às comunidades encerra a Semana de Patrimônio e Habitação do CAU/SE

O terceiro e último dia do evento ocorreu no sábado, 10 de agosto, com visitas de campo a três comunidades pesqueiras da cidade de Aracaju, Beco, Fibra e Prainha. Essas visitas têm como objetivo conectar as discussões teóricas realizadas nos dias anteriores com a realidade vivida por essas comunidades, promovendo uma atuação prática e efetiva.

O CAU/SE, seus conselheiros e convidados inscritos tiveram uma vivência histórico-geográfica desta região localizada na zona norte de Aracaju, no bairro Industrial. Com os orientadores escalados, percorreram toda a extensão das três comunidades, a fim de compreender as problemáticas locais, que dizem respeito aos estudos já realizados na região pelos Coletivos Chão, MOTU e Trapiche EMAU-UFS; e quais são os entraves locais junto aos órgãos públicos, tendo em vista que parte das comunidades se encontram em ameaça constante, podendo ser retiradas.

Há ainda o fato de que a comunidade da Prainha, com famílias que vivem lá há mais de 40 anos, tiveram uma importante conquista, que foi a Câmara Municipal de Aracaju aprovar o Projeto de Lei 260/2022, que reconhece essa comunidade como Patrimônio Cultural e Imaterial da capital sergipana, projeto capitaneado pela ex-vereadora falecida, professora Ângela Melo.

Foi destacado pela ex-vereadora que o PL atendeu a necessidade fundamental de que fosse garantida a preservação e permanência de territórios tradicionais e culturais, bem como modos de vida que possuem formas próprias de organização social, que ocupam e usam recursos naturais para reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e econômica a partir de práticas transmitidas pela tradição.

Na oficina, pôde-se conhecer a antiga e rara atividade de fabricação, manutenção e reparo de embarcações de barcos de pesca de maneira artesanal. Localizadas à margem direita do Rio Sergipe, as três comunidades têm a sua principal subsistência na pesca ribeirinha/artesanal e da mariscagem, com atividades ligadas ao beneficiamento e tratamento de pescados.

Estão sendo realizados procedimentos que garantam o reconhecimento e direitos dos povos tradicionais e que se estabeleçam parâmetros condizentes com as características da ocupação e de seus modos de vida